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É Setembro, já as fontes
Cantam baixinho e agora
Secam as ervas nos montes
E as rolas se vão embora.
É Setembro das vindimas
Das desfolhadas na eira
Dos milheiras das espigas
De abraços de brincadeira.
É Setembro da saudade
De voltar à minha Aldeia
E num abraço de amizade
Envolver quem nos enleia.
É Setembro, adeus, adeus,
A primavera há-de vir
Pintar de verde a paisagem
Num cenário a florir.
É Setembro rolam folhas
Pelo chão em desalinho
E eu à procura do sonho
Sem encontrar o caminho.
É Setembro, já no fim
Vem o Outono cinzento,
Quando o amor diz que sim
Brilha sempre o sol por dentro.
1997
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