segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

o tempo nunca é como era antes

.

Havia uma casa, havia duas,
lá no monte mais além havia vida.
Havia um povoado onde as ruas
eram socalcos de terra florida.

Havia uma latada ao pé da porta.
Havia a casa cheia como um ovo.
O galo a cantar na capoeira,
cantando anunciava um dia novo.

E havia um tempo onde agora há outro,
neste correr de tempos delirantes.
O tempo é sempre novo e sabe a pouco.
O tempo nunca é como era dantes.

Agora só no monte baila o vento
à noite com as estrelas cintilantes,
e a casa do silêncio tem lá dentro
guardado, o segredo dos amantes.

Havia o tempo azul. Corriam lentos
os dias de horizontes verdejantes.
A vida é um vai e vem de movimentos.
E o tempo nunca é como era dantes!


Sem comentários: