à memória de Alfredo José da Silva Brito
Era manhã de abril, o sol beijava
a terra como amante venturoso e
por entre os verdes prados semeava
os raios do seu brilho luminoso.
Tudo era calmo. Tão sereno
na placidez do tempo tão certinho.
Nem uma leve aragem agitava o feno
onde a perdiz no monte faz o ninho.
Mas, eis que no límpido céu voando à solta
surge um pássaro estranho batendo as asas
numa incógnita viagem sem ter volta.
E pousa a ansiedade sobre as casas.
Num intrépido e temporão voo rasante
embriagado pelo sol da juventude,
desafia o perigo a cada instante
quebrando em toda a serra a quietude.
Cobrou o seu tributo à mocidade
desprevenida, generosa e folgazã.
A morte levou sem ter idade
um jovem naquela leda manhã.
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