quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Um avião na manhã de abril

à memória de Alfredo José da Silva Brito


Era manhã de abril, o sol beijava

a terra como amante venturoso e
por entre os verdes prados semeava
os raios do seu brilho luminoso.

Tudo era calmo. Tão sereno

na placidez do tempo tão certinho.
Nem uma leve aragem agitava o feno
onde a perdiz no monte faz o ninho.

Mas, eis que no límpido céu voando à solta

surge um pássaro estranho batendo as asas
numa incógnita viagem sem ter volta.
E pousa a ansiedade sobre as casas.

Num intrépido e temporão voo rasante

embriagado pelo sol da juventude,
desafia o perigo a cada instante
quebrando em toda a serra a quietude.

Cobrou o seu tributo à mocidade

desprevenida, generosa e folgazã.
A morte levou sem ter idade
um jovem naquela leda manhã.

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