segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Fonte do Cabo do Lugar


 A fonte do meu lugar
Ponto de encontro para amar
Noutro tempo à noitinha
Está para ali a chorar
Por ninguém lá ir buscar
A sua água fresquinha.

Cântaros de barro à cabeça
Já não há quem os conheça
Na elegância do andar
Das moças namoradeiras
Acabaram as cantareiras
Que havia dantes no lar.

Lembra a fonte com saudade
Segredos da mocidade
Devaneios do coração
Hoje há água da rede
E ninguém lá mata a sede
de amar que havia então.

Em ti bebeu tanta gente
Foste minha confidente
Oh fonte da minha Aldeia
Peço-te perdão a cantar
Por nunca mais me sentar
No banco que te rodeia.

A minha fonte esquecida
Sempre fiel e amiga
Merece aqui ser lembrada
Porque após tanto enredo
Do que ouviu guardou segredo
Do que viu não contou nada.

VG
(escrito há muitos anos)

1 comentário:

anaritamor disse...

Marávilhoso poema meu irmao!