Vou pelos campos fora enluarados,
nas noites cor de agosto e vento ameno.
Escuto o tinir dos guizos nos cercados,
nas camas de luar feitas de feno.
As sombras não cativam os meus passos
marcados no caminho sobre o chão.
Ergo no deserto os meus dois braços.
Só o silêncio me abraça e dá a mão.
Pelo estio no palco das ramadas,
ensaia o rouxinol a partitura,
aberta nas serenas madrugadas
em estantes de beleza e de ternura.
E vou pela paisagem onde me prendem
os montes, os vales e os rios.
Quadros de encantos mil que se não vendem,
por entre penedos altos e bravios.
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